Montar uma empresa que fatura muito e é líder de mercado não é garantia que os sucessores ou herdeiros conseguirão manter o sucesso da empresa e ter retorno financeiro. É importante entender que competência nos negócios não pode ser passada de pai para filho. Mesmo que a empresa seja vendida, os herdeiros precisarão de orientação para administrarem bem o dinheiro, sob o risco de perderem tudo. Porém, se os herdeiros e sucessores tiverem a orientação correta, mesmo que a empresa venha a falir, a família estará preparada para o recomeço.
Muitos fundadores perdem o sono por causa da sucessão de suas empresas, justamente pelo fato de perceberem que os seus herdeiros não estão plenamente preparados para tocar o negócio. Esta questão é um dos grandes paradoxos estudados na Empresa Familiar.
Se os sucessores precisam ser preparados, então por que parte dos fundadores os mantêm afastados do negócio? Apesar da pergunta ser simples, a resposta e as análises a serem feitas não são tão simples assim. Existem muitas questões, inclusive emocionais, que fazem com que os fundadores demorem tempo demais para perceber que precisam cuidar da sucessão do seu empreendimento.
A verdade é que as famílias empresárias que saem na dianteira e começam a enxergar sucessores potenciais mais cedo, têm mais chance de serem longevas. Fazer um planejamento sucessório estruturado, conduzido de forma profissional, inclusive com apoio de consultoria externa ajuda a legitimar o processo. Agindo desta forma, as relações entre os membros da família tendem a ser integradas e os profissionais atuantes na empresa, mais respeitados.
Os fundadores têm que entender que os fatores que trouxeram o sucesso para a sua empresa não serão os mesmos para as gerações seguintes. E sucessores precisam internalizar que eles já ingressaram em um negócio que tem valor de mercado e reputação construída.
É preciso respeito de ambos os lados e, principalmente, definição de papéis para que cada um cumpra as suas responsabilidades com a sua devida competência.
Afinal, competência pode ser desenvolvida e as habilidades empreendedoras dos pais não passam geneticamente para seus filhos. É sempre bom pensar nisso!
César Andrade – Fundador do Família Bem Sucedida.