As famílias empresárias que sobrevivem do seu negócio precisam compreender que, com o passar dos anos, a tendência é a família crescer mais do que a empresa. Um casal que inicia sua empresa, caso venha a ter três filhos, inicialmente, consegue manter um padrão de vida muito bom para os seus herdeiros. Pagam boas escolas, adquirem bens, fazem viagens em família. Porém, à medida que os filhos se tornam adultos, vão formando suas próprias famílias e tendo seus próprios filhos. Em dez anos, a família pode triplicar de tamanho, mas nem sempre o negócio consegue triplicar o volume de retirada para seus herdeiros. Desta forma, se faz necessário que os membros da família compreendam que existem limitações financeiras da empresa em relação às necessidades de cada um.
Quando os gestores da organização vão negando as solicitações dos familiares é comum surgir a conversa de que “a fonte secou”. A realidade é que muitos proprietários fundadores não encaram o tema de frente e têm medo de mostrar o que pode acontecer com o negócio se a família continuar gastando, principalmente se tiver um estilo de vida esbanjador.
Reunir a família e iniciar um planejamento sucessório implantando os protocolos da governança corporativa geralmente organiza as expectativas financeiras de todos. Uma boa consultoria também pode desenvolver um plano financeiro, indicando um bom Family Office para orientar os investimentos e os cuidados necessários com a propriedade da família.
Os negócios familiares são a base de sustentação da economia do país, mas é incrível como não se consegue manter empresas saudáveis a partir da 2ª geração, e principalmente, a partir da 3ª geração empresarial.
As famílias que desejam manter a fonte da empresa jorrando com boas perspectivas de crescimento necessitam incorporar um conceito chamado longevidade. É perfeitamente possível manter níveis altos de crescimento empresarial e familiar, desde que a empresa invista em inovação, aposte nos novos talentos que surgem na família, entenda a necessidade de diversificar seu negócio e, por fim, atinja a maturidade do diálogo e do debate amplo de ideias juntos aos seus familiares.
Só assim será possível ter conforto financeiro de longo prazo e manutenção do padrão de vida apropriado para as gerações futuras.
Ana Letícia Cardoso – Consultora FBS – Desenvolvimento Humano.