Confesso que escrevo este texto ainda impactada pelo filme que vi no meu final de semana. A última animação da Disney, Encanto.
Antes, porém, gostaria de me apresentar: Sou Ana Letícia Cardoso, consultora do Programa Família Bem Sucedida – FBS. Sou especialista em desenvolvimento de pessoas e gosto de cuidar das habilidades e competências empresariais dos indivíduos.
Mas, voltando para o filme, não assisti ao filme como consultora ou especialista. Vi com os olhos de filha, neta e irmã mais velha. O filme me pegou em cheio a partir dos papéis que desempenho na vida. Foi justamente a humanidade retratada a partir de personagens tão reais que fez com que minha emoção transbordasse.
Quero abordar de forma específica o tema central do filme, os talentos individuais. Aquelas habilidades únicas que cada um tem, ou desenvolve, mas que é cobrado por elas. Vejamos!
O forte da família deve ser sempre forte, dele não se esperam vulnerabilidades.
O sábio não pode ter dúvidas.
O inteligente deve cumprir todos os ritos e ter sucesso.
O amoroso não pode ter raiva.
Aí, na lista tem o maluco, a certinha, o bonzinho, o simpático, a bonita, o feio, o gente-boa, a chata…
Enfim, todos vamos sendo rotulados e engessados em qualidades ou defeitos que nos identificam. A família nos conhece assim e vai divulgando a nossa fama ao infinito e além. Vamos construindo personagens para corresponder às competências que nos são designadas e que muitas vezes viram um peso enorme a ser carregado.
Interessante é que pelo fato de trabalhamos com empresas familiares consegui enxergar no filme um processo sucessório, onde a avó com muita firmeza tinha que manter a cultura da família e fazer com que todos cumprissem à risca seus papéis, para levar às gerações seguintes aquele legado tão peculiar.
E assim vamos vivendo e achando que família é tudo de bom. É o lugar onde aprendemos a conhecer nossos limites e a lidar com emoções profundas. Encontramos aceitação, respeito e acolhimento.
Mas, e se não encontrarmos?
E se não nos encaixarmos?
E se ousarmos não atender às expectativas?
E quando todos acham que não “vamos dar pra nada”?
E se, justamente por isso, conseguirmos resolver as encrencas mais complexas na família.
E assim, vamos construindo, desconstruindo e reconstruindo emoções em família.
E segue o filme da vida. Família é tudo de bom?
Ana Letícia Cardoso – Consultora FBS – Desenvolvimento Humano.